segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Quarto ópio.

O fumo sobe-me á cabeça...
Afasto-me do mundo...
Protejo-me mas não fujo...
O fumo envolve-me a mente...
...penso em ti...
E descubro o pormenor...
A beleza eternamente selvagem da natureza.
Fiz um pacto com o Sol...
Fumo...fumo...
É um conforto de espiríto,
Como quando te cansas e procuras a cadeira
Não é vicío...é fome de paz.
Encontro todo o mundo na palma da mão
Na amizade desta droga.
Enevoa-me os olhos...
Só para eu não olhar a maldade....
Para eu ter esperança de que a morte
Não será a guerra, a chacina ou o sangue...
É o passo mais desconhecido...a magia...
Já ouviste falar um morto?
Abre-me a porta do amor....
Daquele amor que eu sinto,
Quando estou a chorar
E tu me apertas a mão.
Que cresça sempre uma flor na campa
Da criança que não quis viver...
...partiu...não acredito que fugiu....
O fumo paralisa-me a revolta,
Trazendo-me a luz que vem do céu,
O milagre da eterna confiança
Que eu preciso para vos entender o sonho.

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